quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Terceirização UPA

Saiu na Imprensa: Destino da UPA permanece incerto
 O Sindicato dos Servidores de Timóteo (Sinsep) não concorda que a iniciativa privada administre a UPA de Timóteo
Diário Popular - 02/02/2011 00:00

TIMÓTEO - Há mais de um mês, a Prefeitura Municipal de Timóteo admitiu que vai contratar uma empresa para gerenciar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Olaria. O objetivo é tentar solucionar os problemas financeiros que a unidade traz para os cofres públicos do município.
    Contudo, desde que o procurador da Administração Municipal, Hamilton Roque, fez o anúncio da "gestão compartilhada", definição que se enquadraria melhor no que pretende do Executivo, nada saiu do papel.
     Pelo menos três empresas teriam se interessado em gerir a UPA e feito propostas para a Administração Municipal. O menor preço foi oferecido pela Fundação Hospitalar de Minas Gerais, de Belo Horizonte. Em segundo lugar, ficou a Fundação São Camilo, que administra o Hospital e Maternidade Vital Brazil.
     Enquanto não define a empresa que vai executar o serviço, a Administração Municipal vive seu primeiro conflito com o Sindicato dos Servidores Públicos de Timóteo (Sinsep). A entidade é contra a decisão de passar para a iniciativa privada a gestão do UPA.
     Israel de Passos, presidente do sindicato, lembrou que o atual prefeito Sérgio Mendes (PSB) foi à imprensa para criticar a atitude do seu antecessor Geraldo Hilário (PDT), que também terceirizou a saúde do município.
    "Não vai haver economia uma vez que vão se perder os investimentos feitos na capacitação dos funcionários que prestam serviço no UPA e ainda queda na qualidade do atendimento", alegou Passos. Ele comentou ainda que alguns servidores concursados serão prejudicados no processo de recolocação, uma vez que a empresa que vai administrar a UPA não poderia trabalhar com funcionários de carreira.
    "Atualmente existem verbas do governo federal para ajudar no custeio das Unidades de Pronto Atendimento. A Prefeitura deveria mudar de foco e buscar um convênio nesses moldes para Timóteo", opina.
    O Sinsep teme que haja uma precarização dos serviços na UPA ao ser passado para a iniciativa privada. "A Prefeitura alega que não consegue manter o serviço na unidade, mas vai passar para uma empresa R$ 400 mil, a título de convênio, só posso visualizar perda para quem precisa dos serviços", considerou Israel.


ESCLARECIMENTO AO LEGISLATIVO
    Durante a reunião ordinária desta terça-feira (1º), na Câmara Municipal de Timóteo, o procurador do município Hamilton Roque confirmou para os vereadores que o governo ainda não contratou nenhuma empresa. O assunto foi levantado pela maioria dos parlamentares que estavam no plenário.
    Para o presidente da Casa, Douglas Wilkkys (PSB), a causa do agravamento do problema da UPA é o atendimento a usuários de outros municípios. O parlamentar comentou que quase 40% das demandas são de cidades vizinhas como Antônio Dias, Jaguaraçu, Marliéria, Córrego Novo, Pingo D'água, entre outros.
    "O Legislativo não é contrário ao processo de gestão compartilhada, mas sim do método como foi feito pelo ex-prefeito Geraldo Hilário. Critiquei o processo, e não a atitude dele na época", comentou Willkys.


Saúde pública volta a ser polêmica entre municípios
TIMÓTEO - A negligência de atendimento a uma criança motivada pelo registro de nascimento ter sido feito em Coronel Fabriciano traz à tona um antigo problema na saúde pública regional.
    E para polemizar ainda mais a situação, o vice-prefeito de Timóteo, Marcelo Afonso (PR), declarou nesta terça-feira (1º) que Timóteo não vai mais bancar o atendimento médico de municípios grandes, como Coronel Fabriciano. "Timóteo se tornou um município miserável", declarou.
    Atualmente, a Unidade de Pronto Atendimento do bairro Olaria consome dos cofres públicos R$ 700 mil todos os meses, em recursos do município. E os serviços de urgência e emergência que funcionam por 24 horas recebem demandas de várias cidades pequenas do Vale do Aço.
    Chico Simões (PT), prefeito de Coronel Fabriciano, disse que respeita a opinião do vice-prefeito, mas não concorda com ela. "Isso só pode ter sido dito no calor da discussão ou então por alguém que não entende o funcionamento do SUS, que determina como deve ser o atendimento à saúde pública no Brasil", declarou.
    Simões falou que o SUS, baseado na Constituição Federal, determina que no território brasileiro, qualquer cidadão, independentemente da sua nacionalidade, tem direito à assistência na saúde.
    "E principalmente na Região Metropolitana do Vale do Aço é comum um paciente, tanto de Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano e Santana do Paraíso, consultar em qualquer uma das quatro cidades, pois estamos em uma região conurbada", justificou.
    Simões argumentou também que gostaria que o vice-prefeito, de uma maneira minimamente justa, pudesse compreender ou aceitar o atendimento médico de dezenas de trabalhadores que moram em Coronel Fabriciano e geram riquezas em Timóteo.
    Segundo o prefeito, só com o pensamento desse tipo pode se colocar em prática o funcionamento da Região Metropolitana. "Prefiro não levar a sério essa ameaça, pois tenho certeza que foi feita por alguém que não conhece a lei que rege o SUS. Se ele conhecesse as determinações legais saberia que uma declaração como essa seria uma atitude criminosa", finalizou.

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